Estava pesquisando sobre as mudanças, que os e-books estão causando no mercado. Para minha surpresa as editoras estão se adaptando bem com o novo segmento.
A farta oferta de dispositivos leitores (e-readers) ou com aplicativos que permitem a leitura de livros (tablets, smartphones e até consoles portáteis) e a ampliação do catálogo de obras disponíveis tem provocado, no mundo todo, um avanço do livro eletrônico (e-book) sobre o livro de papel.
Nos EUA, segundo a Associação de Editores Americanos (AAP), o e-book representa pouco mais de 8% do mercado livreiro (US$ 4,2 bilhões em 2009). Na França, cujo mercado é de US$ 2,2 bilhões, não chega a 1% do total. No Brasil, livrarias como a Cultura e a Saraiva, que trabalham com leitores como o Alfa, da Positivo, e o iRiverStory, da iRiver, e também o grande varejo como o Ponto Frio, que aposta na disseminação dos tablets iPad e do Galaxy Tab, da Samsung, são algumas das empresas que investem no e-book.
Grandes editoras como Objetiva, Record, Sextante, Rocco e Planeta criaram até uma empresa própria, a Distribuidora de Livros Digitais (DLD) para explorar o segmento. E outras, como a editora Intrínseca e a Superpedido Tecmedd (que já é distribuidora de livros impressos), sinalizam que concorrerão pelo mercado de e-book: a Intrínseca deve fazer distribuição de forma independente e a Superpedido comprou parte da Xeriph, que é a distribuidora da livraria Gato Sabido, especializada em livros digitais.
O preço do e-book no Brasil deve ser, em média, 30% mais barato do que o valor de face do livro impresso. A Amazon tem milhares de obras que custam abaixo dos US$ 10 (equivalentes a R$ 16,75). Os livros impressos brasileiros, de brochura, têm tiragens pequenas, em média de 3 mil exemplares, com preços considerados altos. O País produziu pouco mais de 385 milhões de livros no ano passado. Mas, nos últimos anos, registra-se uma tendência de queda no preço médio do livro impresso, o que aumenta o consumo do item.
O e-reader Alfa, da Positivo, com tecnologia nacional, esgotou em três dias de vendas.É importante frisar que o modelo de comércio de livros eletrônicos, que se desenvolveu nos EUA, tem suas peculiaridades quando comparado ao modelo que se constrói no Brasil, uma vez que, inicialmente, a Amazon era uma empresa focada muito mais nas margens obtidas com a venda do leitor Kindle do que no conteúdo disponível para o aparelho. No Brasil, a avaliação dos executivos do setor é de que a difusão dos leitores dependerá muito do preço, especialmente em relação aos modelos com tela e-ink, que têm uma série de limitações de hardware.
Nos EUA, o varejo faturou US$ 109 milhões com a venda de livros eletrônicos. Até o final deste ano, as vendas de e-books nos EUA devem chegar aos US$ 500 milhões. Segundo a consultoria Forrester, mercados emergentes como China (onde serão lançados pelo menos cinco modelos de e-readers pela China Mobile), Índia (com dois dispositivos) e Brasil (que tem uma demanda latente e cujo mercado já dispõe de quase dez diferentes tablets ou e-readers) também crescerão. Na Europa, pesquisa recente da Forrester aponta que 4% dos consumidores já haviam comprado e-books nos meses anteriores e 19% declararam ter intenção de fazê-lo nos próximos meses.
A livraria Amazon, pioneira com o e-reader Kindle, deixou claro em seu último balanço que os e-books são um hit e que, pela primeira vez, apresentaram vendas consistentes a ponto de excederem o comércio com os livros de papel: para 180 e-books vendidos, foram comercializados apenas 100 livros em papel. A livraria virtual mais famosa do mundo já tem 630 mil livros eletrônicos disponíveis para o Kindle e um acervo gigantesco de 1,8 milhão de títulos gratuitos, dispensados do pagamento de direitos autorais (DRM).
A Barnes&Noble também projeta expansão das vendas de conteúdos digitais - e-books, livros técnicos (e-textbooks) e banca digital - para US$ 1 bilhão até 2013. Por outro lado, a empresa prevê que o mercado de livros impressos dos EUA apresentará contração nos próximos quatro anos, de US$ 21 bilhões para US$ 19 bilhões. A livraria trabalha com o e-reader Nook, cujo sistema pode ser usado por mais de 400 outros dispositivos móveis. Assim como a Amazon, a B&N lançou recentemente uma versão mais barata do e-reader: o Nook Wi-Fi, a US$ 149, ante os US$ 199 do Nook 3G.
Podemos concluir com essa matéria, que apesar das novas tecnologias estarem muito presentes, ainda há mercado para as empresas tradicionais, isso se elas se adaptarem com as novas tecnologias e inovarem no seu mercado de atuação.
Clarissa Andrade
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