quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 é sucesso em todo o Brasil

Como havia previsto anteriormente, inclusive havia feito uma postagem sobre o sucesso estrondoso que seria o filme Tropa de Elite 2, o mesmo não me decepcionou. Foram necessários apenas 18 dias: na tarde da terça-feira, 26, Tropa de Elite 2 se tornou o filme nacional mais visto desde 1995, ano considerado o marco da retomada do cinema nacional, com a volta de grandes investimentos financeiros e do público às salas de exibição.

Para chegar ao posto, o filme do diretor José Padilha superou a marca de 6,2 milhões de espectadores, deixando para trás também uma sequência, Se Eu Fosse Você 2, de Daniel Filho, que em 2009 levou pouco mais de 6,1 milhões de espectadores aos cinemas.

Para se ter uma ideia do feito alcançado por Padilha, o filme de Daniel Filho acumulava aproximadamente 2,5 milhões de espectadores na terceira semana de exibição – menos da metade dos ingressos vendidos por Tropa.

Os próximos recordes na mira do Capitão Nascimento são o de filme mais assistido nas salas de cinema do Brasil neste ano (posição que está nas mãos de Avatar e seus 9,1 milhões de espectadores) e o de maior blockbuster da história do cinema nacional (posto ocupado por Dona Flor e Seus Dois Maridos, que, em 1976, levou 10, 7 milhões de pessoas às salas de exibição).

São marcas difíceis de serem alcançadas, mas não impossíveis, levando-se em conta que boa parte das sessões de finais de semana de Tropa de Elite 2 nos grandes centros continuam sendo realizadas com lotação máxima.

Apesar de todo o sucesso de sua mais recente obra, nesta entrevista exclusiva ao M&M Online o diretor José Padilha diz que ainda não está pensando em transformar a saga do Capitão Nascimento em uma trilogia.

M&M Online: Tropa de Elite 2 já é o filme nacional mais assistido do cinema nacional pós-retomada. Além disso, é o terceiro filme brasileiro a superar a marca de 3 milhões de espectadores neste ano. A quais fatores você atribui o bom momento do cinema nacional?
José Padilha: O aumento da taxa de ocupação das salas pelo cinema brasileiro, quando ocorre, sempre está ligada ao resultado de filmes específicos, e não há aumentos generalizados da demanda por filmes nacionais. Isto, diga-se de passagem, tem a ver com a lógica subjacente ao mercado do cinema, onde a demanda tem que ocorrer em dois níveis para um filme funcionar. Primeiro, o exibidor tem que querer exibir o filme. Depois, o público tem que comparecer para ver o filme. Ora, como o exibidor sempre tem filmes estrangeiros para mostrar, se o filme brasileiro não for percebido como um produto que interessa, ele não vai estar em muitas salas e vai fazer pouco público. Por isso, o resultado do cinema brasileiro sempre está diretamente ligado aos projetos que os produtores e diretores decidem fazer, e a sua qualidade. O bom momento econômico ajuda, é claro, mas só se os filmes colaborarem também.

M&M Online: Os filmes nacionais estão aproveitando as janelas de exibições que vem sendo deixadas pelos estúdios estrangeiros? Tropa de Elite levou isso em conta ao entrar em cartaz em outubro?
Padilha: Antes de marcar o filme, medimos o quão aguardado ele era. Fizemos isto via internet, avaliando as redes sociais ligadas ao filme, avaliando o número de hits que o trailer obteve no youtube e as referências em pesquisas no Google. Com base nestes números, na experiência do Marco Aurélio Marcondes que já lançou muitos filmes, nos conselhos do Cadu (Carlos Eduardo Rodrigues ) da Globo Filmes e na percepção dos exibidores, concluímos que a exclusão de certos filmes de lançamento mundial, como Harry Potter, poderíamos escolher a data que considerássemos melhor, que o mercado se ajustaria naturalmente a ela. Escolhemos um começo de mês, com dois feriados seguidos, com uma certa distância do Harry Potter. Ou seja, outubro 8.

M&M Online: Qual é o seu interesse em fazer Tropa de Elite 3?
Padilha: No momento, estou concentrado no lançamento do Tropa 2. Eu realmente não estou pensando em fazer o Tropa 3.

Agora, me diz, o que o filme do Lula tem de tão bom, que irá concorrer ao Oscar, ao invés de filmes sensacionais como este?

Beth Reis

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